segunda-feira, 21 de julho de 2008

GOVERNO E ESTRADAS DE PORTUGAL OCULTAM GALERIA DE VALOR PATRIMONIAL

Nas escavações das obras da CRIL junto ao Aqueduto das Águas Livres
é descoberta galeria de valor Patrimonial.

Governo esconde dos Cidadãos e do técnico do IGESPAR
as verdadeiras características desta descoberta.










Exmos. Senhores Deputados,
Passamos a descrever os acontecimentos relativos a mais um procedimento reprovável a acrescentar a outros neste processo da CRIL:

Início mês de Junho
Chega-nos informações de que no decorrer das obras da CRIL, quando estavam a ser feitas escavações junto à parede do Aqueduto das Águas Livres na zona da Buraca, é descoberta uma Galeria "pegada" ao Aqueduto, com cerca de 50 metros, até à data desconhecida. Esta galeria situa-se a uma cota mais baixa que o Aqueduto das Águas Livres.
A máquina escavadora abriu um buraco sensívelmente a meio desta galeria, tendo ficado uma abertura para cada um dos lados.

23 de Junho de 2008
É nos fornecida informação relativa à Galeria, que nos permite perceber tratar-se de um elemento com valor Patrimonial e com aspectos merecedores de averiguação em termos arquéológicos e mesmo do ponto de vista histórico.
Descrição da Galeria:
Tem perto de 1.90m de altura e 60cm de largura, termina do lado poente numa parede vermelha aparentemente de lama vulcânica, e do lado nascente numa parede antiga (confirmada essa antiguidade pela formação química calcária que a recobre) onde na parte inferior existe uma estrutura hidrálica em pedra com perto de 50cm quadrados, em actividade, onde é captada água através de fissuras.

24 de Junho de 2008
Na sequência destes dados e de várias informações que chegaram à Comissão de Moradores do eventual aparecimento de estruturas de valor Patrimonial que podiam estar a ser negligenciadas, enviámos cartas à C. M. de Lisboa; C. M. da Amadora, Igespar e EP, no sentido de fazerem um fiscalização da obra.
Na carta dirigida ao EP, solicitámos uma reunião e um visita à obra de forma a podermos verificar como estava a ser preservado o Património Arqueológico presente no local.

10 de Julho de 2008 - Reunião no estaleiro da obra
Nesta reunião estiveram presentes:
Dr. Carlos Ramos - responsável do EP da área da Arqueologia
Arqueóloga Suzana Santos - responsável pela fiscalização na área da Arqueologia
Dr. José Correia - IGESPAR - comissão acompanhamento da obra.
Engº Pedro Carmona - EP - coordenador da empreitada da CRIL
- grupo de Arqueólogos...

- Comissão de moradores, acompanhada com a presença do Arquitecto Filipe Lopes da ORPRUB.
Nesta reunião, por razões óbvias, não revelámos o conhecimento que tinhamos relativamente à Galeria que tinha sido descoberta e às características da mesma.
Questionámos os vários responsáveis presentes na reunião, o que estava a ser feito em relação à preservação do Património, e se tinha sido entretanto encontrado algo de novo.

Em resposta às nossas questões, foi-nos transmitido pelo Dr. Carlos Ramos e pela Arqueóloga Suzana Santos que tinham efectivamente, na altura das escavações, encontrado uma galeria pegada ao Aqueduto das Águas Livres que desconheciam, mas que não tinha grande valor Patrimonial, tratando-se de uma estrutura sem qualquer ligação ao Aqueduto das Águas Livres e sem qualquer actividade.
A descrição que nos fizeram desta estrutura foi a seguinte:
Uma galeria com cerca de 50 metros, em que do lado poente termina numa parede de rocha e do lado nascente numa parede selada presumivelmente construída nos anos 60. Foi-nos referido também que esta parede dava à Mãe de Água.

Na mesma reunião disseram-nos que podíamos ficar descansados quanto à possibilidade de existir naquela zona qualquer valor Patrimonial, pois tinham acabado as sondagens precisamente no dia anterior (9 de Julho), e nada fora detectado.
A seguir à reunião fizemos uma visita ao local, mas por "questões de segurança" não nos foi permitido chegar perto da Galeria.

Após esta ocultação e descrição falsa das características da Galeria, sem revelar o que conhecíamos, fizemos um contacto telefónico posteriormente (dia 16 de Julho) com o responsável do EP, Dr. Carlos Ramos, que tinha ficado de nos enviar algumas fotos da Galeria, e que disse agora não era possível, talvez dentro de duas semanas.
Dado o facto de não termos as ditas fotos, e no sentido de fazermos uma comunicação aos moradores a tranquilizá-los quanto à preservação do Património, pedi ao Dr. Carlos Ramos, para me fazer novamente uma descrição da dita Galeria. A descrição que fez correspondeu mais uma vez à que nos tinha sido dada na reunião.

Perante a gravidade da situação, e o facto de possivelmente o responsável do IGESPAR, Dr. José Correia, também lhe estar a ser ocultada / falseada informação, solicitámos uma reunião no IGESPAR com este responsável, que se efectuou no dia 17 de Julho, no sentido de despistar esta hipótese.
Nessa reunião, e antes de revelarmos as provas que possuíamos, pedimos uma vez mais uma descrição da Galeria. O Dr. José Correia, fez a mesma descrição que tinha sido dada na reunião de 10 de Julho.
De seguida, mostrámos as fotos das características verdadeiras da Galeria que comprovam a ocultação / falsidade da descrição que nos foi dada da Galeria.
O Dr. José Correia do IGESPAR, comprovou desconhecer por completo as verdadeiras características da Galeria, e mostrou-se preocupado pelo facto de lhe estarem a ocultar esta informação.

Não bastando o facto deste projecto violar a Declaração de Impacte Ambiental, a obra estar a avançar a toda a força no terreno sem ainda existir projecto de execução aprovado, agora, passa-se por cima do Património, e desvaloriza-se mais um Instituto do próprio Estado, o IGESPAR.

Após contactos vários que fizemos com Arqueólogos, foi-nos referida a importância desta Galeria, e da sua avaliação, tanto no sentido do seu valor Arquitectónico, assim como do ponto de vista Histórico.
Aliás esta galeria pelas suas características coloca várias questões que devem ser esclarecidas, o que está a suscitar a curiosidade deste grupo de técnicos.

Tendo em conta o facto de se ter tentado esconder as características desta Galeria, exige-se que os Srs. Deputados promovam todos os esforços no sentido de que seja feita uma avaliação exaustiva do seu valor.

Temos um grupo de técnicos (Arqueólogos, Geólogos, Espeleólogos...) disponíveis e com interesse nesta pesquisa.
Aguardamos o vosso contacto e uma resposta às nossas preocupações.

Jorge Alves
Comissão de Moradores

2 comentários:

didi disse...

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Isobel disse...

Pelas fotografias, este suposto túnel se tiver 100 anos é muito, meus amigos. E mais não digo. Já agora, o que é a lama vulcânica? E onde estão as provas e fundamentos bibliográficos para toda esta conversa?
A notícia que saiu no Público nunca devia ter sido publicada, é uma vergonha fazer um artigo baseado em suposições.