quinta-feira, 29 de outubro de 2009

RESPONSÁVEIS QUE APADRINHARAM A CRIL TENTAM DEMARCAR-SE


Perante a realidade e a aberração do projecto que está em execução, que envergonha a engenharia nacional, e atenta de forma grave contra a qualidade de vida das populações, começa-se a assistir à tentativa de demarcação de responsabilidades dos autores que o promoveram com “unhas e dentes”, como é o caso dos responsáveis do executivo da C. M. Amadora, Joaquim Raposo e Gabriel Oliveira. Exemplo disto mesmo, são as recentes declarações do engº Gabriel Oliveira, responsável da CMA pelas obras municipais, ao Jornal da Região Amadora, onde declarou que “A Câmara não tinha conhecimento do túnel naquela forma e achamos ser um atentado urbanístico” (ver notícia).

É importante referir, que "o projecto que está em execução é precisamente o que foi adjudicado", e que nesta zona do Nó da Damaia, a C. M. Amadora teve uma intervenção activa na elaboração desse mesmo projecto. Aliás, o alerta das comissões de moradores para os graves impactes desta solução projectual, tiveram como base a análise do projecto que foi adjudicado, onde nas plantas está bem visível o muro de betão e a vala aberta em quase toda a extensão (cerca de 80%) na zona da Damaia / Santa Cruz.

É importante salientar, que o elemento que condicionou tecnicamente o projecto que está em execução e que não permitiu uma solução civilizada e de Interesse Público, foi o Nó da Damaia, exigência do executivo da C. M. Amadora, no sentido de dar satisfação às exigências dos promotores do "Projecto de Urbanização Falagueira / Venda-Nova". Esta exigência da CMA está bem clara na sua participação em sede de Consulta Pública.Esta cedência do Governo às exigências da CMA, inviabilizou a opção de um traçado a direito (seguro em termos rodoviários) maioritariamente por terrenos livres, obrigando a uma solução projectual aos SSS, cheio de inclinações e "entalada" em zonas consolidadas de habitação. Um autêntico carrocel que compromete a eficiência de toda a CRIL.

Esta opção irresponsável do Governo, é a negação do Interesse Público, que irá acarretar custos para o Erário Publico, devido à complexidade da obra (desenvolvida em zonas consolidadas), assim como ao elevado número de expropriações, para além dos impactes expressivos nas populações.Conscientes desta realidade, os responsáveis por este projecto tudo têm feito para o esconder, recorrendo a todos os meios, não se coibindo de prestar declarações falsas e manipular imagens.Para bem da Democracia, tudo iremos fazer para que este caso não passe impune e que os intervenientes sejam responsabilizados.

Certamente, se o conseguirmos, será um contributo importante para alterar a forma recorrente como se têm pautado as grandes obras públicas no nosso País, caracterizadas por:
- falta de transparência nos processos- más opções projectuais - derrapagens de milhões- obras defeituosas com efeitos gravíssimos (IP3, IP5,...)

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