terça-feira, 16 de setembro de 2008

PEDIDO DE INTERVENÇÃO À PGR

Estradas de Portugal inicialmente esconde características da descoberta agora nega a própria descoberta - Património Arqueológico



Na sequência da notícia do Jornal Público de 6 de Setembro de 2008, onde são reveladas eventuais ligações de altos responsáveis da Estradas de Portugal a empresas que fazem estudos na área da arqueologia e ambiente, enviámos um pedido por escrito ao Sr. Procurador Geral da República a solicitar uma investigação.
Tendo em conta o facto das empresas eventualmente envolvidas nesta "tramóia" serem as mesmas que desenvolveram os estudos na área da aqueologia e ambiente para o Bento Pedroso, e terem ido a concurso com esta empresa, que acabou por ser a selecionada entre as nove empresas concorrentes, tendo ficado em sétimo lugar com um valor na ordem de mais de 16 milhões de euros em relação à proposta mais baixa, consideramos pertinente que se investigue se:

1. a adjudicação terá sido "viciada" de forma a favorecer estas empresas eventualmente controladas por altos responsáveis das Estradas de Portugal;

2. a credibilidade dos estudos técnicos desenvolvidos na área da arqueologia e do ambiente, e se estes correspondem ao investimento feito pelo erário público e defendem o Património e Interesse Público;

3. o Património Arqueológico conhecido (Aqueduto das Águas Livres) e recentemente descoberto, está a ser devidamente salvaguadado;


Relativamente à defesa do Património Arqueológico, entregámos hoje dia 15 de Setembro na Procuradoria Geral da República, um pedido a solicitar uma intervenção com carácter de urgência , relativo à galeria recentemente descoberta junto ao Aqueduto das Águas Livres.
A razão deste pedido tem a ver com o facto de o responsável das Estradas de Portugal pela empreitada da CRIL, engº José Luís Faleiro, ter públicamente num debate em directo na Antena 1, no passado dia 11 de Setembro, negado a existência desta descoberta.

Inicialmente as Estradas de Portugal, tentou esconder as verdadeiras características deste Património Arqueológico descoberto (veja post – 21 Junho 2008), agora nega a própria existência da descoberta.
É de referir que os "autores" deste encobrimento, são as mesmas pessoas que estão eventualmente envolvidas nesta relação de "interesses" denunciada pelo Jornal Público.

Passamos a citar a declaração do José Luís Faleiro na Antena 1 quando questionado pela jornalista Teresa Quintela:

Pergunta da jornalista:
"Sr. Engº, é possível que se se chegar à conclusão que este Património Arqueológico encontrado fôr de alguma importância que venha a ver aqui alguma alteração?

Resposta do engº José Luís Faleiro:
"...todo o Património Arqueológico que tem sido encontrado na CRIL estava previsto no seu projecto, e por isso não temos até à data encontrado nada que não fosse previsto, e tudo aquilo que está a ser feito está a ser executado de acordo com o previsto..."

(veja no site www.cril-segura a gravação do debate. As declarações acima mencionadas encontram-se entre o minuto 15:58 e 16:17)

Sabendo que esta obra é de extrema importância para o Sr. Primeiro Ministro em termos eleitorais, tendo inclusivé sido introduzida uma clásula no contrato de adjudicação que pede a antecipação do prazo de obra de 700 para 670 dias, de forma a poder ser utilizada na próxima campanha eleitoral, e o facto da mesma já estar envolvida numa série de irregularidades e atropelos ao Interesse Público, não nos surpreende que qualquer "empecilho" que ponha em causa a data prevista para conclusão da obra (Setembro de 2009), nomeadamemte o nosso Património Arqueológico, possa vir a ser desvalorizado.

Comissão Moradores

Foto: DR

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