segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
LNEC nega pedido do Governo para legalizar a Violação da Declaração de Impacte Ambiental
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
RISCO IMINENTE DE INUNDAÇÕES PROVOCADO PELA INCÚRIA DA EP
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
ESCANDALOSA TENTATIVA DAS ESTRADAS DE PORTUGAL ALTERAREM A DECLARAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL (CRIL)
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
(CRIL) - ESTRADAS DE PORTUGAL FAZEM DEMOLIÇÕES SEM CRITÉRIOS DE SEGURANÇA.
O representante dos moradores, Jorge Alves, falava à agência Lusa enquanto uma retroescavadora demolia uma construção localizada no quintal da sua residência e que é um dos 18 logradouros a demolir pela empresa Estradas de Portugal para a construção da CRIL - IC 17.
"A máquina [retroescavadora] chegou de manhã, por volta das 08:30, tocaram à porta das pessoas, há pessoas que não estavam em casa, tinham saído para o trabalho, deram a volta à casa e sem mais nem menos entraram em casa e começaram a demolir mesmo com pessoas em casa. Eu próprio tive que gritar porque tinha a minha mulher dentro da construção que eles iam começar a demolir", contou Jorge Alves à Lusa.
Jorge Alves acusou ainda a Estradas de Portugal de estar a fazer demolições "sem nenhum critério de segurança" e de, no seu caso, não ter respeitado a área expropriada de dois metros decretada pelo tribunal.
Jorge Alves alega que o comportamento da empresa pública se deve ao facto de a CRIL ser uma "bandeira eleitoral do primeiro-ministro José Sócrates", uma vez que o contrato da obra contém uma cláusula de salvaguarda que antecipa a obra de 700 para 670 dias, ou seja um mês, antes das eleições legislativas de 2009.
Segundo Jorge Alves, o troço da CRIL que está a ser construído no Bairro de Santa Cruz "não tem projecto aprovado, é uma completa ilegalidade e não respeita a Declaração de Impacto Ambiental [DIA]".
A Comissão de Moradores do Bairro de Santa Cruz de Benfica vai hoje à comissão parlamentar de Obras Públicas a quem vai informar da "violação da DIA" e da forma como a Estradas de Portugal iniciou hoje as expropriações.
Entretanto, a Estradas de Portugal emitiu um comunicado em que refere ter dado início hoje à "efectivação da posse administrativa das parcelas expropriadas", um conjunto de "18 logradouros" destinado à conclusão do sublanço Buraca/Pontinha da CRIL.
Acrescenta a empresa que "todos os expropriados têm total conhecimento da situação das parcelas em causa e da obrigação legal de as desocuparem de imediato, com vista a permitir a continuidade dos trabalhos da empreitada, em segurança e sem perturbações que provoquem custos acrescidos na execução da obra".
As demolições começaram nos números 11 e 13 da Rua Comandante Augusto Cardoso e vão prolongar-se dos números 55 ao 117.
Texto e Foto: Lusa
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
FALSA DEMAGOGIA OU PURA MENTIRA?
terça-feira, 30 de setembro de 2008
CRIL É A BANDEIRA ELEITORAL DO GOVERNO
Em causa está o facto do contrato da empreitada antecipar a conclusão da obra para Setembro de 2009, acusaram os elementos das comissões de moradores, que falaram à imprensa antes de uma visita às obras da CRIL.
O contrato de adjudicação prevê, segundo as comissões de moradores, a antecipação da conclusão da obra em 30 dias, terminando esta em Setembro de 2009 e não em Outubro ou seja um mês antes das próximas eleições legislativas.
Questionado pela agência Lusa sobre esta cláusula de antecipação, o responsável da obra da CRIL, José Luís Calejo, disse desconhecer tal cláusula, sublinhando que a sua conclusão está prevista para Outubro do próximo ano.
Durante uma visita às obras da CRIL, José Luís Faleiro mostrou a construção dos nós de Pedralvas, da Buraca e da Damaia bem como a construção do túnel de Benfica.
O responsável salientou ainda que a Estradas de Portugal está a preservar todo o património existente ao longo do percurso do troço Nó da Buraca-Pontinha - o aqueduto das Águas Livres, o aqueduto das francesas e uma galeria - ao contrário do que alguns moradores .
As comissões de moradores continuam a acusar a Estradas de Portugal de ter violado a Declaração de Impacto Ambiental, um facto que é negado por José Luís Calejo.
Para as comissões de moradores, as obras da CRIL sofrem ainda de "graves indícios de corrupção", segundo uma investigação do jornal Público, que indica que as empresas de ambiente e de arqueologia que estão a assessorar a construtora da obra são propriedade de altos responsáveis da Estradas de Portugal, SA.
Na sequência das notícias do Público, as comissões de moradores pediram a intervenção do Procurador-geral da República.
Lusa
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
ESCONDER AQUILO QUE JÁ NÃO É POSSÍVEL ESCONDER
As comissões de Moradores de Sta. Cruz de Benfica e da Damaia desde sempre procuraram estar bem informadas sobre o projecto do fecho da CRIL e ter uma perspectiva de desenvolvimento sustentado na óptica do Interesse Público, ao nível da segurança rodoviária, da mobilidade e do ambiente (critérios que deveriam ser privilegiados pelo Estado). E, neste sentido, a nossa participação cívica tem contribuído para algumas melhorias do projecto, mas ainda não conseguimos que alterassem o principal factor de risco que é o seu traçado.
O projecto adjudicado, e já em fase de execução no sublanço Buraca-Pontinha, apresenta graves erros no seu trajecto porque tem demasiadas entradas e saídas, curvas apertadas, lombas acentuadas devassando vários bairros consolidados. Tal provocará inúmeros acidentes e, nas horas de ponta, haverá mais engarrafamentos que na 2ª Circular. Este traçado tem um percurso sinuoso e perigoso quando poderia e deveria ir a direito pelos terrenos livres da Quinta da Falagueira, pertencentes ao Estado, mas onde interesses privados querem construir um mega empreendimento para 40 000 pessoas. Isto é inadmissível!
Está em causa a segurança dos utentes desta via, a mobilidade rodoviária na Área Metropolitana de Lisboa, o ambiente e a forma como são aplicados os dinheiros públicos. Neste sentido já se pronunciaram várias entidades como a OSEC, a ACA-M, a QUERCUS, ...
O governo para privilegiar alguns interesses privados, prejudica a maioria dos cidadãos. Tudo isto é tão grave, que o Governo tem feito todos os esforços para o tentar esconder, chegando ao ponto de manipular imagens e fazer declarações técnicas desprovidas de verdade. Neste momento o Governo está a promover uma campanha de Marketing em grande escala através da comunicação social com custos de muitos milhares de euros para o erário público.
É o desespero para esconder aquilo que já não é possível esconder.
Se esta obra prosseguir, conforme a querem fazer, provavelmente daqui a poucos anos terá que ser toda refeita novamente. Veja no nosso site o exemplo da circular M-30 em Madrid, uma obra de facto para o futuro.
Não bastando isto, notícias recentes (Jornal Público de 6/9/2008 e que pode ver no nosso site), em primeira página denunciam graves indícios de corrupção: “Altos responsáveis das Estradas de Portugal decidem negócios com empresas privadas sob o seu controlo”. Estas empresas, sob suspeita, foram a concurso com a empresa (Bento Pedroso) que ganhou a adjudicação desta obra. Será coincidência?
Se queremos um país melhor, todos temos o dever de participar mais activamente na denúncia do que está mal e procurar melhores soluções no sentido do verdadeiro bem comum.
Uma vez que a informação é o princípio da boa decisão, sugerimos que, se concordar connosco, nos contacte (912 459 923) para nos deixar colocar na sua janela (se for em local de bastante visibilidade) uma placa com o nosso site: http://www.cril-segura.com/.
Participe e ajude-nos a denunciar este escândalo.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
SERÁ QUE CONSEGUEM LIMPAR A IMAGEM?
Nos dias seguintes as Estradas de Portugal lançavam uma mega operação de publicidade e marketing (Folhetos, anúncios na rádio e outdoors) para limpar a sua imagem e garantir um trabalho sério.
Quanto dinheiro gasta por dia as Estradas de Portugal em publicidade?
Porque é que a finalização da Obra da Cril teve que ser antecipada 30 dias?
Com a bandeira da Cril hasteada quantos votos pretende José Sócrates ir buscar?
terça-feira, 16 de setembro de 2008
PEDIDO DE INTERVENÇÃO À PGR
Na sequência da notícia do Jornal Público de 6 de Setembro de 2008, onde são reveladas eventuais ligações de altos responsáveis da Estradas de Portugal a empresas que fazem estudos na área da arqueologia e ambiente, enviámos um pedido por escrito ao Sr. Procurador Geral da República a solicitar uma investigação.
Tendo em conta o facto das empresas eventualmente envolvidas nesta "tramóia" serem as mesmas que desenvolveram os estudos na área da aqueologia e ambiente para o Bento Pedroso, e terem ido a concurso com esta empresa, que acabou por ser a selecionada entre as nove empresas concorrentes, tendo ficado em sétimo lugar com um valor na ordem de mais de 16 milhões de euros em relação à proposta mais baixa, consideramos pertinente que se investigue se:
1. a adjudicação terá sido "viciada" de forma a favorecer estas empresas eventualmente controladas por altos responsáveis das Estradas de Portugal;
2. a credibilidade dos estudos técnicos desenvolvidos na área da arqueologia e do ambiente, e se estes correspondem ao investimento feito pelo erário público e defendem o Património e Interesse Público;
3. o Património Arqueológico conhecido (Aqueduto das Águas Livres) e recentemente descoberto, está a ser devidamente salvaguadado;
Relativamente à defesa do Património Arqueológico, entregámos hoje dia 15 de Setembro na Procuradoria Geral da República, um pedido a solicitar uma intervenção com carácter de urgência , relativo à galeria recentemente descoberta junto ao Aqueduto das Águas Livres.
A razão deste pedido tem a ver com o facto de o responsável das Estradas de Portugal pela empreitada da CRIL, engº José Luís Faleiro, ter públicamente num debate em directo na Antena 1, no passado dia 11 de Setembro, negado a existência desta descoberta.
Inicialmente as Estradas de Portugal, tentou esconder as verdadeiras características deste Património Arqueológico descoberto (veja post – 21 Junho 2008), agora nega a própria existência da descoberta.
É de referir que os "autores" deste encobrimento, são as mesmas pessoas que estão eventualmente envolvidas nesta relação de "interesses" denunciada pelo Jornal Público.
Passamos a citar a declaração do José Luís Faleiro na Antena 1 quando questionado pela jornalista Teresa Quintela:
Pergunta da jornalista:
"Sr. Engº, é possível que se se chegar à conclusão que este Património Arqueológico encontrado fôr de alguma importância que venha a ver aqui alguma alteração?
Resposta do engº José Luís Faleiro:
"...todo o Património Arqueológico que tem sido encontrado na CRIL estava previsto no seu projecto, e por isso não temos até à data encontrado nada que não fosse previsto, e tudo aquilo que está a ser feito está a ser executado de acordo com o previsto..."
(veja no site www.cril-segura a gravação do debate. As declarações acima mencionadas encontram-se entre o minuto 15:58 e 16:17)
Sabendo que esta obra é de extrema importância para o Sr. Primeiro Ministro em termos eleitorais, tendo inclusivé sido introduzida uma clásula no contrato de adjudicação que pede a antecipação do prazo de obra de 700 para 670 dias, de forma a poder ser utilizada na próxima campanha eleitoral, e o facto da mesma já estar envolvida numa série de irregularidades e atropelos ao Interesse Público, não nos surpreende que qualquer "empecilho" que ponha em causa a data prevista para conclusão da obra (Setembro de 2009), nomeadamemte o nosso Património Arqueológico, possa vir a ser desvalorizado.
Comissão Moradores
Foto: DR
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
ESTRADAS DE PORTUGAL INVESTIGADA PELA POLÍCIA JUDICIÁRIA
A empresa pública Estradas de Portugal, que administra a rede de estradas no país, está a ser investigada pela Polícia Judiciária, por suspeitas de corrupção e de participação económica em negócio por parte de altos quadros seus, noticia ontem (14 Setembro) o jornal "Correio da Manhã".
O processo, que se encontra na Direcção Central de Combate ao Crime Económico, dirigido pelo juiz Moreira da Silva, começou na sequência de uma averiguação preventiva suscitada por informação recolhida que apontava para aquele tipo de ilícitos, explica o jornal.
Os funcionários da empresa, diz a mesma fonte, são "suspeitos de desviar trabalhos nas áreas ambiental e de arqueologia para companhias tuteladas pelos próprios, por familiares ou pessoas próximas". A situação tinha já sido noticiada pelo jornal "Público".
O presidente da Estradas de Portugal, Almerindo Marques, declarou desconhecer qualquer investigação policial, lembrando, no entanto, que está a decorrer um inquérito interno às situações "recentemente denunciadas".
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
CURRUPÇÃO ? ALTOS QUADROS DA ESTRADA DE PORTUGAL SOB SUSPEITA
Nos últimos anos, a extinta JAE e a actual Estradas de Portugal fizeram negócios com empresas nas quais altos quadros da instituição de capitais exclusivamente públicos tinham interesses directos ou indirectos. Os negócios em causa, que violam a lei e os deveres dos funcionários públicos, passaram pelas áreas do Ambiente e de Arqueologia da Estradas de Portugal e envolveram empresas nas quais quadros com poder de decisão da EP tinham interesses. Como é o caso da Geoarque, empresa que trabalha na área da Arqueologia: tem sede num edifício que é co-propriedade de um chefe de divisão que tem na EP um papel chave na contratação de todos trabalhos nesta área e de um outro quadro que tem procuração para tratar dos seus assuntos, é co-titular das suas contas bancárias e dirige actualmente o processo de integração da Geoarque no grupo Amb e Veritas. A situação é conhecida e comentada nos meios arqueológicos há anos, mas nunca deu origem a queixas das empresas concorrentes por receio de represálias. Confrontada com esta situação pelo PÚBLICO, a administração da EP decidiu avançar com um inquérito interno.
João Cravinho extinguiu a JAE em 2000 por causa de suspeitas de corrupção, mas os problemas mantêm-se a Uma grande parte dos negócios da área do Ambiente relacionados com a construção de estradas está nas mãos de empresas controladas por altos quadros da Estradas de Portugal (EP), que actuam em violação da lei e das suas obrigações de funcionários públicos. Embora haja indícios de situações mais graves na EP, algumas das quais estão a ser investigadas internamente, este caso ocorre nos seus serviços de Ambiente, onde pelo menos quatro quadros superiores estão, ou estiveram, envolvidos em empresas cuja actividade se centra na produção de estudos ambientais e arqueológicos encomendados por aqueles serviços.A situação é parcialmente conhecida e comentada nos meios arqueológicos há muitos anos, mas nunca deu origem a nenhuma queixa das empresas concorrentes por receio de represálias. A administração da EP, empresa de capitais públicos que herdou as competências da antiga Junta Autónoma de Estradas (JAE), diz que desconhecia estes factos e abriu esta semana um "inquérito completo e detalhado" depois de ter sido questionada pelo PÚBLICO.
Almerindo Marques estabeleceu regras mais claras e restritivas para as acumulações de funções a A administração da EP, presidida por Almerindo Marques desde Novembro de 2007, diz que desconhecia os factos aqui relatados, mas garante que está preocupada desde o início com este género de situações.Logo que tomou posse emitiu uma ordem de serviço onde determinou a elaboração de um levantamento de todas as acumulações de funções públicas e privadas dos funcionários, anunciando que ia reformular as regras dessas acumulações. O texto, datado de 27 de Dezembro, sublinha que "a natureza do serviço público a prestar pela EP implica que os processos se desenvolvam com sujeição a critérios de isenção e transparência e que todos os trabalhadores se encontrem 'exclusivamente ao serviço dos interesses da empresa'", conforme dispõem os seus estatutos.Para o inventário de acumulações então anunciado foi determinado que todos os trabalhadores com actividade profissional privada fornecessem a "descrição sucinta dessa actividade, a identificação da entidade a que reporta, o tempo de ocupação que implica e ainda a referência a eventuais anteriores autorizações". Já em Fevereiro deste ano, a administração da empresa aprovou uma outra ordem de serviço com as prometidas regras das acumulações. O novo regulamento proíbe aos funcionários, por ser incompatível, "a prestação de serviços ou de qualquer colaboração a clientes e fornecedores da EP".De igual modo, estabelece que os trabalhadores "não podem possuir, nem directa, nem indirectamente, a qualidade de sócios ou accionistas, nem assumir a gestão de empresas que sejam fornecedoras ou clientes da EP". Paralelamente a esta regulamentação, a empresa reforçou o quadro do seu Gabinete de Auditoria Geral, que passou de oito para 15 elementos. Na mesma altura aprovou um conjunto de orientações que pretendem transformar este gabinete num órgão capaz de "responder em tempo útil" às averiguações ordenadas pela administração e de propor normas em situações que "têm vindo a causar elevados danos à empresa".
O total dos pagamentos feitos à Geoarque pela JAE e pelas entidades que a substituíram ascendeu, desde 1997, a 710.000 euros, de acordo com a administração da EP. Este valor, que corresponde a 19 trabalhos arqueológicos, de norte a sul do país, traduz apenas uma pequena parte da facturação da empresa em serviços ligados à construção de estradas da EP.O montante global dos negócios da Geoarque no sector rodoviário não é conhecido fora da empresa, mas os 19 trabalhos referidos pela EP respeitam exclusivamente a contratos celebrados directamente por ela e pelas suas antecessoras. Significativo do fosso entre estes trabalhos e a actividade real da Geoarque é o facto de esta identificar no seu site 77 "estudos principais" efectuados entre 1996 e 2006 em estradas da EP (num total de 157), não se encontrado sequer entre eles a maior parte dos 19 encomendados pelos serviços onde trabalha Carlos Ramos e Arlete Castanheira. O grosso da actividade da empresa controlada por estes técnicos da EP reside assim no acompanhamento arqueológico da construção de estradas, contratado pelos empreiteiros adjudicatários da EP, e na elaboração da vertente arqueológica dos estudos de impacte ambiental, por conta das empresas a quem ela os adjudica. No caso da construção das estradas, o lugar estratégico ocupado pelo arqueólogo Carlos Ramos na EP e o facto de aquela empresa se reservar, em violação da lei, a última palavra na aceitação das equipas de arqueologia escolhidas pelos empreiteiros, parece ser a principal explicação para a quase exclusividade com que a Geoarque intervém nesse mercado. Legalmente, a autorização para a realização de trabalhos arqueológicos cabe ao Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico), sendo requerida directamente pelos arquéologos contratados pelos empreiteiros. De uma "forma singular", reconhece agora a sua administração, a EP estabelece, porém, nos cadernos de encargo das obras, que as equipas de arqueólogos contratadas pelos empreiteiros têm de ser previamente aprovadas pelo seu Gabinete de Ambiente (Carlos Ramos), que depois remete os pedidos de autorização ao Igespar.Quanto à elaboração da parte arqueológica dos estudos de impacte das obras, a EP parece não dispor de um mecanismo de filtragem idêntico, mas o complexo sistema de subcontratação existente entre as empresas do ramo acaba por contribuir para o lugar que a Geoarque aí detém.
Representando uma gorda fatia dos negócios gerados pela EP em matéria de ambiente, a elaboração dos estudos de impacte ambiental (EIA) das estradas a construir não parece privilegiar nenhuma empresa em particular, mas as adjudicações directas são lideradas pela Trifólio, uma sociedade que teve entre os seus colaboradores dois técnicos superiores da EP. Ainda que com um lugar mais discreto, a Amb e Veritas, empresa com ligações a uma outra técnica superior da EP, tem vindo a reforçar a sua posição, liderando neste momento as adjudicações, com quatro dos 14 estudos em fase de avaliação.Criada em 1992 por duas pessoas sem formação nesta área, que em 1996 vieram a formar a Geoarque - empresa controlada por dois outros técnicos da EP -, a Trifólio teve uma forte ligação a Ana Cristina Martins, actual directora do Gabinete de Ambiente da EP, e a Joaquim da Silva Thó, um outro quadro do mesmo gabinete (ver texto principal). A colaboração destes técnicos com a Trifólio e outras empresas, nomeadamente a Ecoserviços - em que também trabalhou Ana Martins e tem feito muitos estudos de estradas -, estava autorizada pela EP, mas não foi possível apurar se ainda se mantém. O PÚBLICO tentou esclarecer o envolvimento de ambos com a Trifólio, mas não conseguiu contactá-los. O actual sócio-gerente da empresa, por seu lado, recusou-se a prestar declarações. No caso da Amb e Veritas, a ligação aos técnicos da EP concretizou-se já este ano com a constituição da Geoarque II (ver texto principal).
A acreditar nos dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a EP e antecessores promoveram desde 1995 a realização de 142 EIA, sendo que 22 deles foram da responsabilidade da Trifólio, empresa que apenas fez mais sete estudos do mesmo tipo para outros clientes. As outras empresas que mais trabalharam para a EP foram a Arqpais e a Coba (21 cada uma), a Agroambiente (13), a Ecoserviços (12), a Ecosistema (9) e a Amb e Veritas (8), sendo que esta empresa só entrou no negócio em 2001. Em fase de avaliação encontram-se ainda 14 estudos adjudicados pela EP em 2007 e 2008, sendo 4 da Amb e Veritas, dois da Trifólio, dois da Coba e seis de seis empresas distintas.Estes números, contudo, parece não refectirem toda a realidade, na medida em que a EP, em resposta ao PÚBLICO, enumera um total de 16 contratos com a Trifólio desde 1993, no valor de 502.020 euros, sendo que 12 deles não constam da lista de 22 que lhe são atribuídos pela APA.Já no que respeita à Amb e Veritas, a sua posição entre os fornecedores da EP também não é fácil de determinar. Isto porque a APA lhe credita oito estudos feitos e quatro em execução, enquanto a EP diz que só lhe entregou seis contratos por 234.037 euros. Acresce que destes seis só um é que consta da lista da APA. Além disso, a Amb e Veritas informou por escrito o PÚBLICO de que o total da sua facturação com a EP se ficou por cerca de 53.000 euros, quase um quinto do que diz a EP. A sucessora da JAE identifica, por exemplo, um contrato de 100.749 euros feito com a Amb e Veritas, relativo ao Nó de Arões do IC5. Esta empresa, porém, insiste em que nunca celebrou qualquer contrato relativo a esse nó. Responsáveis de outras empresas que pedem o anonimato garantem que estes números escondem "uma verdadeira teia de subcontratações" que tem assegurado a hegemonia da Trifólio na EP, lugar que estará a perder em favor da Amb e Veritas.
Fotos: DR
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Ocultação das características da Galeria pegada ao Aqueduto das Águas Livres continua.
Nessa visita ao local para além dos deputados do Bloco de Esquerda, estiveram também moradores, que fizeram-se acompanhar por uma equipe especializada de Arqueólogos e Espeleólogos, no sentido de se poder fazer uma pequena avaliação da Galeria. Essa avaliação foi-nos negada. Inclusive, pedimos para fazer uma simples medição com uma fita métrica, para avaliar a que altura se situava a Galeria, o que também nos foi negado.
Por parte dos responsáveis da EP (Estradas de Portugal), fiscalização da obra e coordenador da empreitada, o que nos foi dito é que esta Galeria agora descoberta, tem ligação com uma outra estrutura já conhecida do outro lado da Mãe de Água, que liga ao Chafariz da Buraca. Como já tinha sido decidido demolir esta estrutura que liga ao Chafariz da Buraca, esta nova Galeria descoberta, pelo facto de relacionar-se com a estrutura conhecida, será também demolida. Foi-nos referido que já existe essa permissão por parte do IGESPAR.
Perante estas declarações dos responsáveis do EP, e o facto de à menos de uma semana o IGESPAR não conhecer as verdadeiras características da Galeria, desconhecendo o sistema hidráulico que é revelado nas fotografias. Aliás o responsável do IGESPAR, Dr. José Correia só teve conhecimento da existência deste sistema Hidráulico através das fotografias, que nós moradores, lhe fornecemos numa reunião que tivemos com ele, no passado dia 17 de Julho, no IGESPAR. Admira-nos que em tão pouco tempo já tenha sido tomada a decisão da destruição desta Galeria.
Não bastando a informação distorcida que nos tinha sido dada na reunião que tivemos no passado dia 10 de Julho com estes responsáveis do EP, hoje também não se coibiram de fazer mais uma afirmação que não corresponde à realidade e que inclusive foi presenciada por uma jornalista do Jornal de Notícias que acompanhou esta visita:
Quando questionámos a razão pela qual teria sido construída uma Galeria com uma extensão de perto 50 metros, onde é possível uma pessoa andar em pé no seu interior, a resposta foi de que esta Galeria seria para captar água por infiltração, que depois era conduzida para a tal conduta (foto nº ). Questionámos se nessa conduta haveria alguma captação de água, foi nos dito que não. Esta afirmação é falsa, comprovada logo no momento através de uma fotografia desta conduta que revela exactamente o contrário (foto nº 9).
Percebemos que mais esta mentira tinha como objectivo justificar a existência desta Galeria de 50 metros. Dando a entender que era esta galeria que captava a água para a conduta. O que provámos com a foto é que não é verdade, pois a captação de água é feita dentro da própria conduta.
Na realidade, esta Galeria agora descoberta levanta várias questões do ponto de vista Arqueológico e Histórico que era importante esclarecer, e que deveriam ser objecto de um estudo aprofundado, tais como:
1. qual a sua cronologia de construção e a relação com o Aqueduto das Águas Livres?
2. esta Galeria com perto de 50 metros, onde é possível uma pessoa andar em pé no seu interior, foi feita com que objectivo? A parede avermelhada, e o facto de existir folga de alguns centímetros entre a parede e a Galeria, poderá esconder uma passagem que foi tamponada utilizando lama tipo vulcânica (côr avermelhada)? (foto nº 5,6)
Obviamente, existirão muitas mais outras interrogações relativas a esta descoberta que também deveriam ser esclarecidas.
Aquilo que sabemos, e que não temos qualquer dúvida é que houve uma tentativa de esconder as verdadeiras características desta descoberta. Quando se mente é certamente para esconder qualquer coisa.
O Aqueduto enquanto monumento classificado, não é só as arcarias que vencem o Vale de Alcântara, a Mãe de Água das Amoreiras, é sim complexo hidráulico que deve ser entendido, estudado e preservado no seu todo.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
GOVERNO E ESTRADAS DE PORTUGAL OCULTAM GALERIA DE VALOR PATRIMONIAL
é descoberta galeria de valor Patrimonial.
Governo esconde dos Cidadãos e do técnico do IGESPAR
as verdadeiras características desta descoberta.
Passamos a descrever os acontecimentos relativos a mais um procedimento reprovável a acrescentar a outros neste processo da CRIL:
Início mês de Junho
Chega-nos informações de que no decorrer das obras da CRIL, quando estavam a ser feitas escavações junto à parede do Aqueduto das Águas Livres na zona da Buraca, é descoberta uma Galeria "pegada" ao Aqueduto, com cerca de 50 metros, até à data desconhecida. Esta galeria situa-se a uma cota mais baixa que o Aqueduto das Águas Livres.
A máquina escavadora abriu um buraco sensívelmente a meio desta galeria, tendo ficado uma abertura para cada um dos lados.
23 de Junho de 2008
É nos fornecida informação relativa à Galeria, que nos permite perceber tratar-se de um elemento com valor Patrimonial e com aspectos merecedores de averiguação em termos arquéológicos e mesmo do ponto de vista histórico.
Descrição da Galeria:
Tem perto de 1.90m de altura e 60cm de largura, termina do lado poente numa parede vermelha aparentemente de lama vulcânica, e do lado nascente numa parede antiga (confirmada essa antiguidade pela formação química calcária que a recobre) onde na parte inferior existe uma estrutura hidrálica em pedra com perto de 50cm quadrados, em actividade, onde é captada água através de fissuras.
24 de Junho de 2008
Na sequência destes dados e de várias informações que chegaram à Comissão de Moradores do eventual aparecimento de estruturas de valor Patrimonial que podiam estar a ser negligenciadas, enviámos cartas à C. M. de Lisboa; C. M. da Amadora, Igespar e EP, no sentido de fazerem um fiscalização da obra.
Na carta dirigida ao EP, solicitámos uma reunião e um visita à obra de forma a podermos verificar como estava a ser preservado o Património Arqueológico presente no local.
10 de Julho de 2008 - Reunião no estaleiro da obra
Nesta reunião estiveram presentes:
Dr. Carlos Ramos - responsável do EP da área da Arqueologia
Arqueóloga Suzana Santos - responsável pela fiscalização na área da Arqueologia
Dr. José Correia - IGESPAR - comissão acompanhamento da obra.
Engº Pedro Carmona - EP - coordenador da empreitada da CRIL
- grupo de Arqueólogos...
- Comissão de moradores, acompanhada com a presença do Arquitecto Filipe Lopes da ORPRUB.
Nesta reunião, por razões óbvias, não revelámos o conhecimento que tinhamos relativamente à Galeria que tinha sido descoberta e às características da mesma.
Questionámos os vários responsáveis presentes na reunião, o que estava a ser feito em relação à preservação do Património, e se tinha sido entretanto encontrado algo de novo.
Em resposta às nossas questões, foi-nos transmitido pelo Dr. Carlos Ramos e pela Arqueóloga Suzana Santos que tinham efectivamente, na altura das escavações, encontrado uma galeria pegada ao Aqueduto das Águas Livres que desconheciam, mas que não tinha grande valor Patrimonial, tratando-se de uma estrutura sem qualquer ligação ao Aqueduto das Águas Livres e sem qualquer actividade.
A descrição que nos fizeram desta estrutura foi a seguinte:
Uma galeria com cerca de 50 metros, em que do lado poente termina numa parede de rocha e do lado nascente numa parede selada presumivelmente construída nos anos 60. Foi-nos referido também que esta parede dava à Mãe de Água.
Na mesma reunião disseram-nos que podíamos ficar descansados quanto à possibilidade de existir naquela zona qualquer valor Patrimonial, pois tinham acabado as sondagens precisamente no dia anterior (9 de Julho), e nada fora detectado.
A seguir à reunião fizemos uma visita ao local, mas por "questões de segurança" não nos foi permitido chegar perto da Galeria.
Após esta ocultação e descrição falsa das características da Galeria, sem revelar o que conhecíamos, fizemos um contacto telefónico posteriormente (dia 16 de Julho) com o responsável do EP, Dr. Carlos Ramos, que tinha ficado de nos enviar algumas fotos da Galeria, e que disse agora não era possível, talvez dentro de duas semanas.
Dado o facto de não termos as ditas fotos, e no sentido de fazermos uma comunicação aos moradores a tranquilizá-los quanto à preservação do Património, pedi ao Dr. Carlos Ramos, para me fazer novamente uma descrição da dita Galeria. A descrição que fez correspondeu mais uma vez à que nos tinha sido dada na reunião.
Perante a gravidade da situação, e o facto de possivelmente o responsável do IGESPAR, Dr. José Correia, também lhe estar a ser ocultada / falseada informação, solicitámos uma reunião no IGESPAR com este responsável, que se efectuou no dia 17 de Julho, no sentido de despistar esta hipótese.
Nessa reunião, e antes de revelarmos as provas que possuíamos, pedimos uma vez mais uma descrição da Galeria. O Dr. José Correia, fez a mesma descrição que tinha sido dada na reunião de 10 de Julho.
De seguida, mostrámos as fotos das características verdadeiras da Galeria que comprovam a ocultação / falsidade da descrição que nos foi dada da Galeria.
O Dr. José Correia do IGESPAR, comprovou desconhecer por completo as verdadeiras características da Galeria, e mostrou-se preocupado pelo facto de lhe estarem a ocultar esta informação.
Não bastando o facto deste projecto violar a Declaração de Impacte Ambiental, a obra estar a avançar a toda a força no terreno sem ainda existir projecto de execução aprovado, agora, passa-se por cima do Património, e desvaloriza-se mais um Instituto do próprio Estado, o IGESPAR.
Após contactos vários que fizemos com Arqueólogos, foi-nos referida a importância desta Galeria, e da sua avaliação, tanto no sentido do seu valor Arquitectónico, assim como do ponto de vista Histórico.
Aliás esta galeria pelas suas características coloca várias questões que devem ser esclarecidas, o que está a suscitar a curiosidade deste grupo de técnicos.
Tendo em conta o facto de se ter tentado esconder as características desta Galeria, exige-se que os Srs. Deputados promovam todos os esforços no sentido de que seja feita uma avaliação exaustiva do seu valor.
Temos um grupo de técnicos (Arqueólogos, Geólogos, Espeleólogos...) disponíveis e com interesse nesta pesquisa.
Aguardamos o vosso contacto e uma resposta às nossas preocupações.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
ESTRADAS PERIGOSAS
O troço da CRIL entre a Buraca e a Pontinha, numa extensão de 4,5 quilómetros, não obedece a qualquer critério de segurança. O alerta é do Observatório de Segurança de Estradas e Cidades (OSEC), que defende o cancelamento da obra, em fase inicial, para que o projecto seja refeito. São múltiplos os problemas detectados: “Os ramais de saída têm 90 metros de área de visibilidade, quando deveriam ter 360 metros. Por outro lado, a redução forçada de velocidade nas entradas faz com que o condutor passe dos 110 km/h repentinamente para os 50 a 65, potenciando acidentes, pelo que a colocação de radares não é suficiente”, denuncia Nuno Salpico, juiz e presidente do OSEC.
Estes são, contudo, problemas transversais a grande parte das estradas portuguesas, detectados pelo OSEC em anos de inspecções: “As Estradas Nacionais são uma desgraça, como é o caso da EN10, entre Setúbal e Coina ou a EN262, que só são seguras até aos 40 km/h”, diz.
Já as vias rápidas pecam pela deficiente sinalização, curvas apertadas e saídas sem o raio de visibilidade adequado. E, consoante a região onde se encontram, podem apresentar uma acentuada inclinação do lanço, por via de uma subida ou descida.
“Mesmo as auto-estradas, que têm níveis de segurança mais elevado, apresentam um problema comum. Já inspeccionámos a A1, A2, A23 e A26, vimos troços aceitáveis, mas sofrem do problema da hidroplanagem. Com pouca chuva, forma-se uma linha de água, os pneus perdem a aderência ao pavimento e as curvas tornam-se extremamente perigosas”, conta Nuno Salpico.
No decurso destas inspecções, o OSEC já apresentou várias participações criminais, por considerar que “se está a brincar com a vida humana”. A maioria destes processos ainda está a decorrer nos tribunais.
Jornal Metro
Foto OSEC
sexta-feira, 4 de julho de 2008
A CRIL DO EMBUSTE E A FORÇA DA CIDADANIA
O governo, para salvaguardar interesses privados, propõe-se fazer uma estrada aos esses, com três curvas perigosas, “em cima” das populações, comprometendo de forma irreversível a eficiência e a segurança rodoviária, assim como a qualidade de vida de dezenas de milhares de moradores.
Tudo isto é tão mais grave, tendo em conta que existem terrenos livres (grande parte do Estado) para fazer a estrada a direito. O problema é que para esses terrenos livres está projectada uma urbanização (Falagueira / Venda-Nova) com uma dimensão maior que a cidade de Bragança. Assim, e com o dinheiro dos contribuintes, transforma-se uma obra de Interesse Público numa “estrada de serventia” para valorizar futuros empreendimentos imobiliários.
Perante este poder autocrático que está acima da lei, e o avanço das máquinas para iniciarem demolições de casas no Bairro de Santa Cruz de Benfica, nós moradores conscientes da importância do nosso dever de intervenção cívica, decidimos não ficar de braços cruzados. Por volta das 9 horas, do passado dia 30, assim que a máquina começou a avançar, subimos ao telhado e, em acto simbólico colocámos uma Bandeira Nacional na chaminé da casa e cantámos o Hino Nacional juntamente com a população que estava no local. A máquina parou. A Bandeira e o Hino pretenderam, simbolicamente, responsabilizar todos aqueles que juraram lealdade ao país e à Constituição, e que não estão a cumprir o juramento.
No sentido de impedir este acto ilegal, chamámos a Polícia Municipal de Lisboa que, pouco tempo depois chegou ao local, parecendo não saber o que fazer. Por volta das onze horas, chegou ao local José Luis Faleiro, coordenador da obra a cargo da Estradas de Portugal, que se recusou falar com os moradores. Passado pouco tempo, dirigiu-se à polícia, apontando na nossa direcção. De seguida, este senhor passou por nós, com ar ameaçador, dirigindo-se para o local onde estava a máquina, dando ordens para a mesma avançar com a demolição do anexo que estava ligado à casa em que nos encontrávamos. Para nossa surpresa, e perante a passividade da Polícia Municipal, a demolição recomeçou de imediato, destruindo por completo o anexo.
Durante este período, sentimos que a qualquer momento poderíamos ser atingidos por alguns dos destroços que por vezes saltavam, e receámos que o telhado abatesse, visto este ter mais de 50 anos, e algumas das telhas terem estalado, e saltado com a vibração. Após o anexo, ter sido demolido por completo, a máquina parou. Não sabemos se por desobediência do homem da máquina, ou por compaixão de José Luis Faleiro! Perante esta “cena tipo faixa de Gaza”, decidimos só sair do telhado, após a chegada da nossa advogada, o que demorou cerca de duas horas, para que esta pudesse tomar a devida nota de todo este acto ilegal e irresponsável .
Assim que saímos do telhado, a máquina avançou de imediato com a demolição da casa, não se preocupando com a Bandeira Nacional que tínhamos deixado hasteada no telhado. Só após um morador ter-se indignado e alertado, a máquina parou e alguém da obra foi retirar a bandeira. Perante tudo isto, e a passividade do Presidente da República, e para que a nossa Democracia não fique mais moribunda, é nosso dever e obrigação, denunciar todos aqueles que estão de alguma forma a comprometer o nosso presente e o futuro dos vindouros.
Só com a nossa participação cívica activa podemos aspirar a um futuro melhor.
Jorge Alves / Jornal Conversas de Café
Fotos: João Cláudio Fernandes
terça-feira, 1 de julho de 2008
“CRIL sim, assim não”
Concentrados em frente à casa, situada na Rua Comandante Augusto Cardoso, os manifestantes envergaram t-shirts onde se podia ler “CRIL sim, assim não” e gritaram “assassinos”, argumentando que o traçado da estrada será perigoso e poderá causar mortes. Segundo Jorge Alves, as comissões de moradores de Santa Cruz e da Damaia estão a preparar uma lista com os nomes dos signatários do actual projecto da CRIL, responsabilizando-os por qualquer acidente que venha a acontecer na estrada. “O traçado é uma nódoa. Viola a Declaração de Impacte Ambiental, todos os partidos da Assembleia da República, à excepção do do Governo [PS], nos dão razão, e não há projecto de execução. É um projecto rodoviário criminoso”, acusou. Fátima Cardina, da comissão de moradores da Damaia, afirmou também que não existem autorizações para a demolição no local e que, como tal, a demolição não está autorizada. “Não há um cartaz informativo, não há nada que se possa identificar. Estamos perante uma demolição e não existe nenhuma informação de que ele vá ocorrer”, disse.
José Luís Faleiro, coordenador da empreitada do IC17/CRIL, a cargo da Estradas de Portugal, desmentiu esta informação, indicando que existe autorização para a demolição. Francisco Salpico, engenheiro civil responsável pelo estudo do Observatório de Segurança das Estradas e Cidades (OSEC), salientou que “o projecto de execução é profundamente defeituoso porque não respeita nenhum critério de segurança” e afirmou que “não é possível garantir a segurança rodoviária com este traçado, que vai ser a causa de muita sinistralidade”.
Metro / Lusa
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Obras em execução revoltam moradores
Segundo Jorge Alves, os moradores do Bairro de Santa Cruz estão revoltados perante a continuidade das obras «ilegais» do projecto para a construção do último troço da CRIL, entre a Pontinha e a Buraca, adjudicada em Novembro de 2007, pelo Governo, à empresa Bento Pedroso Construções, SA.
De acordo com o representante da comissão de moradores do bairro, «o empreiteiro Bento Pedroso avança a toda a força com a obra no terreno sem ter um projecto de execução».
«Surpreende-nos que o Sr. Presidente da República nada tenha feito até ao momento perante a ilegalidade de todo este processo da CRIL, cujo projecto viola a Declaração de Impacte Ambiental, já assumido pelo próprio ministro do Ambiente», afirmou Jorge Alves.
«O Governo pretende criar o 'facto consumado' e, assim, fugir a toda a responsabilidade em que incorre neste processo da CRIL, com total impunidade por parte do poder judicial e das várias entidades responsáveis», declarou.
«Trata-se de repor a legalidade e salvaguardar os direitos dos cidadãos», afirmou o representante.A petição que defende uma CRIL Segura, lançada na passada semana pela comissão de moradores, «demonstra bem a insatisfação total da população», contando já com mais de 4.000 assinaturas, estando a entrega prevista na Assembleia da República na próxima semana.
«Começamos a ponderar se será necessário avançar com acções fora da legalidade», pois deste modo «agiremos de igual para igual», afirmou Jorge Alves, referindo-se ao avanço das obras no terreno sem legalidade e contra o interesse público.
«Talvez seja a única coisa que nos resta e talvez assim se consiga resolver a situação», concluiu.
Lusa/SOL
Fotos: JCF